Instituto Pensar - Ré no processo da morte de Miguel Otávio, Sari Real tem dez dias para apresentar defesa

Ré no processo da morte de Miguel Otávio, Sari Real tem dez dias para apresentar defesa

por: Mônica Oliveira


Primeira-dama de Tamandaré foi denunciada pelo MPPE por abandono de incapaz com resultado de morte.

A primeira-dama do município de Tamandaré (PE), Sarí Mariana Gaspar Corte Real, recebeu do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE) mandado de citação como ré no processo da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. O menino estava sob os cuidados da empresária quando caiu do 9º andar do prédio em que ela mora, localizado em um condomínio de luxo no Recife.

A citação foi entregue na noite de terça-feira (18) por oficiais de Justiça. Agora, a contar da data do recebimento da intimação, a defesa de Sarí tem dez dias para apresentar a defesa da ré. O prazo termina no dia 27 de agosto.

De acordo com o TJ-PE, após a apresentação pelos advogados, o juiz José Renato Bizerra analisará a defesa, podendo decretar a absolvição sumária da acusada ou dar início à fase de instrução do processo. A etapa de instrução é composta por oitiva de testemunhas e apresentação de documentos ou perícias que o magistrado julgar necessários.

De acordo com o G1, um dos contratados para fazer a defesa de Sarí, o advogado Célio Avelino, informou que vai protocolar a defesa de sua cliente dentro do prazo estipulado. Ele afirmou que a linha da defesa é a de que "não há culpa” de Sarí na morte de Miguel.

O menino Miguel morreu após cair de uma altura de 35 metros, em 2 de junho. Ele foi deixado sozinho em um dos elevadores do edifício, quando estava sob os cuidados de Sarí Corte Real, depois que Mirtes de Souza, mãe dele – que prestava serviços domésticos para a família-, saiu para levar o cachorro dos patrões para passear.

A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC) no edifício constatou, após analisar imagens de videomonitoramento, que Sarí apertou o botão da cobertura, antes de deixar a criança sozinha no elevador. Ao sair do equipamento, Miguel passou por uma porta corta-fogo que dá acesso a um corredor, escalou uma janela de 1,20 m de altura e caiu.

No dia da morte de Miguel, Sari foi presa em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi solta para responder ao processo em liberdade.

Em 1º de julho, ela foi indiciada pela polícia por abandono de incapaz que resultou em morte. Esse delito é considerado "preterdoloso”, quando alguém comete um crime diferente do que planejava cometer.

O caso estarreceu o país e foi objeto de manifestações populares, de políticos e artistas na internet. Um abaixo-assinado virtual com mais de 2,5 milhões de assinaturas pede justiça para Miguel.

Com informações do G1 e Uol



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